Um programa de reabilitação é vital para o retorno de uma
função após uma lesão articular. Como em qualquer lesão, a reabilitação deve
ser direcionada para a redução da inflamação e da dor, um retorno à amplitude e
flexibilidade normais do movimento e a restauração da força através dos
exercícios de reabilitação tradicional.
A reabilitação pode ser desempenhada de maneiras diferentes,
em que são enfocadas qualidades físicas distintas. A reabilitação através da
terapia física enfatiza principalmente as qualidades físicas como força e
flexibilidade, e a reabilitação funcional incorpora não apenas os elementos da
terapia física como também as atividades para aumentar agilidade, a sensibilidade
proprioceptiva e o controle neuromuscular.
Tem sido documentado que a restauração nos déficits de
força, flexibilidade e potência pode não ser suficiente para retornar um
indivíduo ao seu nível pré-lesivo, sendo necessário um trabalho funcional onde
preconiza-se a restauração da atividade muscular reflexa e as características
condicionantes exigidas pelas atividades que o indivíduo realizará.
Quatro facetas devem ser realizadas para que as metas da
reabilitação sejam alcançadas. São elas:
1- Consciência
proprioceptiva: as metas da consciência proprioceptiva são restabelecer os
caminhos aferentes dos mecanorreceptores das articulações lesionadas para o
sistema nervoso central e facilitar os caminhos aferentes suplementares, como
um mecanismo compensatório para os déficits proprioceptivos que resultaram as
lesões articulares.
2- Estabilização
dinâmica: nesta fase da reabilitação, a meta primária é restabelecer a
coativação sinérgica das forças presentes nas articulações. Comumente se
acredita que exercícios utilizando o peso do corpo na extremidade superior
facilitam um nível de coativação das forças musculares.
3- Ativação muscular
preparatória e reflexa: a meta nessa fase de reabilitação é restabelecer a
ativação preparatória que fornece a estabilidade articular através de um
aumento na rigidez muscular, tão bem quanto uma força age sobre uma
articulação.
4- Atividades
funcionais: a façanha final da reabilitação funcional é a inclusão das
atividades que imitam as funções atléticas e/ou das atividades da vida diária
e, por essa razão, o retorno para realizar uma transição pode ser menos
estressante para o indivíduo. É importante implementar especificidades quando é
programada a atividade funcional.
A fase funcional da reabilitação deve ser precedida por uma
progressão da fase da terapia física tradicional que assegure a restauração do
movimento articular e a força e resistência muscular. As restaurações dessas
características devem preceder as atividades funcionais que são específicas das
atividades cotidianas ou do esporte. Durante a fase funcional da reabilitação,
é importante que a pessoa continue realizando exercícios de forças específicas,
amplitudes de movimentos e exercícios proprioceptivos que foram iniciados nas
fases anteriores de reabilitação.
APLICAÇÕES DO TREINAMENTO EM SUSPENSÃO NA
REABILITAÇÃO FUNCIONAL
Os exercícios realizados com o treinamento em suspensão
objetivam a restauração da estabilidade funcional. A estabilidade funcional
refere-se à integração dos estabilizadores articulares primários e secundários
para permitir cinéticas articulares normais durantes as atividades dinâmicas.
Os exercícios em suspensão aumentam a habilidade muscular para fornecer
estabilidade articular e refinar padrões de movimentos. Portanto esses exercícios
são muito funcionais e estação relacionados na redução de lesão e aumento do
desempenho.
Além de também ser capaz de reproduzir muitos exercícios
terapêuticos tradicionais, o treinamento em suspensão envolve o core, em todos
os exercícios. Esse engajamento do corpo inteiro é, em parte sob o controle
voluntário, embora os desafios para o equilíbrio e a para estabilidade dependem
de feedbacks que promovem ajustes e controles antecipatórios. A maior
solicitação do core é importante para educação do movimento integrado que é
semelhante aos movimentos realizados no dia a dia de uma pessoa comum, como
para um atleta.
Nas extremidades superiores e inferiores, os exercícios do
treinamento em suspensão são predominantemente cadeia cinética fechada (CCF).
Em comparação com o exercício de cadeia cinética aberta (CCA), exercícios em
CCF resultam em maior estabilidade articular e diminuição da força de
cisalhamento através de co-contração/co-ativação muscular aumentadas.
Dependendo da fase da reabilitação e necessidades do
indivíduo, os exercícios realizados em suspensão podem ser modificados para dar
mais ênfase nas adaptações de controle de motor, consciência corporal e
coordenação motora que para adaptações teciduais específicas, como a
hipertrofia por exemplo.
Durante a realização dos exercícios em suspensão são utilizados diversos planos de movimentos, com isso, as forças musculares e articulares são distribuídas por todo o corpo, resultando em uma ativação muscular menor local, mais com uma maior solicitação de estabilização geral, caracterizando um trabalho corporal integrado mais espefícico e funcional.
Encontrar atividades que proporcionem confiança e progresso no exercício
é importante para o sucesso em longo prazo de qualquer programa de reabilitação. Cada vez mais, profissionais de reabilitação física estão encontrando no treinamento em suspensão através da utilização do peso corporal uma ampla gama de variações de cargas incluindo o corpo inteiro em cada exercício, desafiando o equilíbrio e estabilidade, facilitando um maior controle neuromuscular e proprioceptivo.
é importante para o sucesso em longo prazo de qualquer programa de reabilitação. Cada vez mais, profissionais de reabilitação física estão encontrando no treinamento em suspensão através da utilização do peso corporal uma ampla gama de variações de cargas incluindo o corpo inteiro em cada exercício, desafiando o equilíbrio e estabilidade, facilitando um maior controle neuromuscular e proprioceptivo.
Com o treinamento suspenso, os níveis de ativação muscular e
cargas articulares podem ser adaptados através da variação do ângulo do corpo e
do nível de estabilidade para cada exercício. Com base no estágio do paciente
de cura e objetivos, o treinamento em suspensão pode ser usado como uma
excelente alternativa para agregar mais funcionalidades nos programas de
reabilitação. Ao incorporar exercícios que utilizam todo o corpo, as forças
musculares serão compartilhadas entre suas estruturas estimulando a propriocepção,
melhorando a percepção do paciente sobre seu corpo.
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